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domingo, 31 de outubro de 2010

Vitória republicana impedirá o fechamento da prisão de Guantánamo

Uma vitória do Partido Republicano na próxima semana tornaria quase impossível para Barack Obama cumprir sua promessa de fechar a prisão de Guantánamo, na ilha de Cuba, e também representaria um sério obstáculo para o desenvolvimento de outros projetos da política de segurança e da política externa do atual governo americano.

Guantánamo é um símbolo da retificação que Obama quis fazer com relação ao governo de George W. Bush. Portanto, para a maioria republicana que provavelmente controlará o Congresso, também é um símbolo de tudo o que é preciso conter no presidente. Uma grande parte dos atuais representantes da oposição no Capitólio já é da opinião de que o fechamento de Guantánamo constituiria uma ameaça para a segurança nacional. Esse setor será reforçado a partir de terça-feira por elementos mais radicais e possivelmente em número suficiente para impedir qualquer ação da Casa Branca.

O fechamento de Guantánamo, onde restam atualmente 174 presos, foi adiado até agora por uma série de dificuldades jurídicas e pela resistência dos próprios congressistas democratas. Sua consumação só é possível através de duas vias: a transferência dos presos para território americano e sua expatriação ou deportação para outros países que queiram recebê-los. Os republicanos estão decididos a bloquear ambas as opções.

Para a transferência dos presos para os EUA, o governo decidiu habilitar uma prisão de alta segurança em Illinois e solicitou ao Congresso US$ 100 milhões para enfrentar os gastos dessa operação. Até agora o Congresso condicionou a aprovação dessa partida à apresentação pelo governo de garantias de que a transferência não representa riscos para a população americana.

Os principais senadores republicanos advertiram que essas garantias não existem, e por isso o dinheiro para o fechamento de Guantánamo não será aprovado. Os republicanos mais graduados nas comissões de Inteligência e de Assuntos Judiciais do Senado, Christopher Bond e Jeff Sessions - que seriam os presidentes desses comitês se seu partido conseguir a maioria - escreveram em agosto passado uma carta ao ministro da Justiça, Eric Holder, na qual advertiam que o governo estava "acelerando precipitadamente o fechamento de Guantánamo", sem levar em consideração o perigo que isso representa.

O partido de oposição também quer fechar a via da remessa de presos para outros países. O "Wall Street Journal" informou na quarta-feira que uma comissão de assessores de congressistas republicanos visitou nas últimas semanas alguns países aos quais os suspeitos de terrorismo foram transferidos, entre eles a Espanha, para garantir que a vigilância à que são submetidos ali é insuficiente.

Os republicanos pretendem preparar conclusões dessa investigação e forçar o Congresso a aprovar uma resolução contra as deportações de presos, a menos que se cumpram uma série de condições tão drásticas que, certamente, nenhum país de acolhida estaria disposto a aceitar. Os congressistas da oposição consideram sua posição justificada por um relatório apresentado neste verão pelo Pentágono, segundo o qual cerca de 20% dos prisioneiros postos nas mãos de outros governos acabam se reintegrando à atividade terrorista.

Dos presos cuja situação está pendente de solução, há cerca de cem que esperam ser transferidos para o exterior, um conjunto de pouco mais de 40 pendentes de julgamento e um terceiro grupo de homens que não podem ser julgados e que são perigosos demais para ser libertados. Tampouco para os que poderiam ser julgados se espera uma solução fácil, pois Obama pretende fazê-lo em tribunais comuns e os republicanos querem manter as comissões militares. As deportações de presos não são uma ideia de Obama. Começaram com George W. Bush. Até agora foram enviados para outros países, especialmente na Europa, 66 detidos. O Departamento de Estado conta com uma equipe especial de diplomatas que se encarrega de negociar com diversos governos do mundo a colaboração para facilitar o fechamento de uma instalação carcerária que indigna a comunidade internacional.

Manter Guantánamo aberto não significa só uma ofensa de caráter moral. Como disse Obama em várias ocasiões, Guantánamo é a melhor bandeira do radicalismo islâmico. Sua continuidade constitui um sério inconveniente para a política de segurança dos EUA.

Não será o único. Outros pontos essenciais da estratégia da Casa Branca nessa questão poderão ser afetados pela vitória da oposição: o acordo de desarmamento nuclear com a Rússia, pendente de ratificação pelo Senado, a política de distensão com a China, submetida à pressão republicana sobre Taiwan e os direitos humanos, e inclusive a tímida possibilidade de uma aproximação com Cuba, matéria inegociável para os conservadores. Como exemplo, se os republicanos ganharem a maioria na Câmara dos Deputados, a provável presidente da Comissão de Relações Exteriores será a congressista de origem cubana Ileana Ros-Lehtinen, obviamente intransigente em tudo o que se relaciona ao regime dos irmãos Castro. O presidente da Comissão de Supervisão do Governo seria Darwell Issa, um autêntico falcão com especial vocação pela política externa.

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

Pacotes militares atraem europeus

Ao que tudo indica, na era Lula os norte-americanos não vão ser aquinhoados com qualquer pacote na área militar brasileira. Com isso, os europeus ficam freneticamente interessados no reaparelhamento - e nas verbas - do Brasil. Os franceses saíram na frente. Conseguiram vender cinco submarinos para o Brasil, o que inclui a instalação de um estaleiro para produzir essas unidades. São quatro convencionais e o casco de uma unidade a propulsão nuclear, cujo motor será feito pela própria Marinha do Brasil. Trata-se de associação da francesa DCNS que escolheu como parceira, sem concorrência, a brasileira Odebrecht. A decisão foi francesa, mas o pagamento sai do governo brasileiro. Quanto a aviões, há briga entre franceses, norte-americanos e suecos, mas, há um ano, Lula deixou escapar, em inflamado discurso, que a vitória seria dos franceses, o que não deve estar longe da verdade.

Os italianos, após um desentendimento inicial, também se sentem estimulados para vender itens bélicos para o Brasil, mas a novidade é a volta da Alemanha que, no caso dos submarinos, foi destronada pelos franceses. Os mais recentes submarinos brasileiros eram de procedência alemã e o acordo com a França desiludiu Berlim. Mas eles voltam à carga. A Blohm + Voss Naval (BVN), construtora naval líder da Alemanha, e a Engevix, empresa brasileira de engenharia e infra-estrutura, apresentaram há dias proposta abrangente de parceria de construção naval estratégica à Marinha do Brasil. A iniciativa tem como foco projetos avançados, inclusive de navios-patrulha oceânicos (NPOs), fragatas e embarcações de apoio para força-tarefa. Informa documento que "está contida na proposta da BVN/Engevix a transferência de tecnologias e habilidades avançadas, para prestar suporte aos programas locais de construção naval do Brasil". Conta a favor dos alemães o fato de que a Blom & Voss é do grupo Thyssenkrupp, responsável por investimento de R$ 12 bilhões na Companhia Siderúrgica do Atlântico (CSA), no Rio.

Informam os germânicos: "A longo prazo, o objetivo da parceria industrial estratégica proposta é a oferta de embarcações navais nos mercados internacionais de exportação. Ao lado de soluções superiores, como as fragatas e embarcações de apoio para força-tarefa, a BVN/TKMS está oferecendo ao Brasil seu projeto de navio-patrulha oceânico NPa 1800, um navio para mar aberto altamente versátil, com uma base de projeto comprovada, que foi adaptada e desenvolvida especialmente para atender às necessidades específicas da Marinha do Brasil. O NPa 1800 é baseado no projeto MEKO 100, construído para a Marinha da Malásia, que é o mais recente desenvolvimento comprovado de um projeto. Levando-se em conta o histórico de relacionamento longo e bastante produtivo com o Brasil, está incluída na atual oferta da BVN/TKMS de um pacote abrangente de construção naval e transferência tecnológica".

Franceses apresentam o 'submarino do século XXI'

A companhia francesa DCNS apresentou na Feira Euronaval-2010, em Le Bourget, um conceito que combina  as vantagens de um navio de superfície, com as de um submarino, e que a imprensa internacional já batizou de "Submarino do século XXI".
O futuro submarino diesel-elétrico SMX-25 estarão dotados de 16 mísseis de cruzeiro e 4 lançadores de torpedos. Poderão transportar grupos de desembarque naval de até 10 membros, sem contar a tripulação de 27 pessoas. O submarino poderá desenvolver uma velocidade de 38 nós na superfície e 10 nós debaixo d'água. Ele deslocara 4.850 toneladas submergido e 2.850 toneladas na superfície.

O SMX-25 medirá 109 metros de cumprimento e por sua forma recorda um huso. A torre de controle é mais ampliada e mais baixa do que nos submarinos contemporâneos. Dentro há um hangar para veículos aéreos não-tripulados que podem alçar vôo e pousar verticalmente (VTOL UAV).

Uma animação computadorizada mostra como um helicóptero não-tripulado Schiebel Camcopter sobe em um ascensor especial e alça vôo, logo em seguida mostra o pouso do mesmo depois de um complicada missão.

Radiy Shmakov, projetista chefe da oficina naval russa Malachite, disse, no entanto que já existe conceitos de submarinos mais rápidos. "Estamos desenvolvendo um que é capaz de avançar a uma velocidade de 44, 7 nós", disse em declarações ao jornal RBK Daily.

Rússia efetua com êxito lançamento de míssil balístico intercontinental R-29RMU Sineva no Mar de Barents

A Força de submarinos da Frota do Norte da Armada Russa, realizou com êxito o lançamento de um míssil R-29RMU Sineva a partir de um submarino, informou hoje o Ministério da Defesa da Rússia.

"Nessa quinta-feira, às 10:30 do horário local, o submarino estratégico "Briansk", um submarino da classe Delta, lançou com êxito um míssil intercontinental do tipo R-29RMU Sineva. O lançamento aconteceu no Mar de Barents, no polígono de Kura, na Península de Kamchatka, Extremo Oriente da Rússia, e as ogivas do míssil atingiram o alvo convencional", disse a fonte.

O lançamento foi realizado em virtude do programa de provas de capacidades operacionais e de combate das Forças de Submarinos Nucleares da Armada Russa.

O míssil R-29RMU Sineva (SS-N-23 Skiff, classificação OTAN) é um foguete de três etapas com propelente líquido instalado nos submarinos russos de terceira geração. Mede 15 metros de altura, seu diâmetro é de 1, 9 metros e pesa 40 toneladas no seu lançamento.

Incorporado à Forças Armas Russas em julho de 2007, os mísseis R-29RMU Sineva forma parte do arsenal nuclear dos submarinos estratégicos do Projeto 667 Delfin, e pode ser lançado de uma profundidade de até 55 metros e tem um alcance máximo de 8.300 km.

Os mísseis R-29RMU Sineva são considerados os melhores mísseis balísticos do mundo, enquanto a relação de massa da ogiva (2,8 toneladas) ao peso total do míssil (mais de 40 toneladas) no momento do lançamento.

EUA acusam Síria, Irã e Hezbollah de desestabilizar Líbano

A embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Susan Rice, acusou nesta quinta-feira Irã, Síria e a milícia xiita libanesa Hezbollah pelas tensões sectárias no Líbano, que teriam o objetivo de desestabilizar o país. A diplomata americana também responsabilizou os governos de Teerã e Damasco por proporcionar "armas cada vez mais sofisticadas" às milícias libanesas, incluindo o Hezbollah.

"O Hezbollah, a Síria e o Irã acham que o aumento das tensões sectárias os ajudará a reforçar sua autoridade sobre o Líbano", disse a diplomata norte-americana. Segundo Susan, estas ações só conduzirão à desestabilização do equilíbrio político libanês.

Por sua vez, o embaixador sírio, Bashar Jaafari, criticou as declarações de Susan e ressaltou "a contribuição positiva da Síria à situação no Líbano e na região". Além disso, afirmou que as declarações da diplomata "dão credibilidade a dados que estão equivocados".

Susan declarou ainda que Damasco "proporciona um número crescente de armas sofisticadas a milícias libanesas, incluindo o Hezbollah, em aparente violação da resolução 1.680 que pede à Síria que impeça a entrada de armamento no Líbano". "O Hezbollah continua sendo a milícia libanesa mais importante e mais bem armada, e não teria conseguido isso sem a ajuda da Síria e sem o recebimento de armas desse país e do Irã", afirmou a embaixadora dos EUA.

Para ela, o governo sírio "ignora" a soberania e a integridade de seu país vizinho com ações como a recente emissão de ordens contra 33 altos funcionários libaneses por causa do assassinato do primeiro-ministro libanês Rafik Hariri.

Susan também afirmou que Washington está "profundamente preocupado com a influência destrutiva e desestabilizadora do Hezbollah" na política libanesa. Além disso, ressaltou que o recente relatório do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, sobre a situação no Líbano destaca que não houve avanços na desmobilização dos grupos armados no país.

Nesse documento divulgado na quarta-feira, o principal responsável das Nações Unidas expressou sua preocupação com o arsenal acumulado pelo Hezbollah e por outras milícias e pediu que o grupo xiita libanês renuncie às armas e atue apenas como um partido político.

As novas acusações americanas se produzem em meio a um ambiente de tensão no Líbano, particularmente em relação ao resultado dos trabalhos do Tribunal Especial para o Líbano (STL, na sigla em inglês), que investiga o assassinato de Hariri em 2005. Nos últimos meses, o trabalho do STL suscitou polêmica e divergências entre os diferentes grupos políticos libaneses, diante do medo da eclosão de um conflito sectário no país, se o tribunal acusar membros do Hezbollah pelo assassinato.

Sérvia oferece 10 milhões de euros por captura de Ratko Mladic

Ratko Mladic
A Sérvia ofereceu nesta quinta-feira uma recompensa de 10 milhões de euros por informações que levem à captura de Ratko Mladic, o suspeito de crimes de guerra mais procurado dos Bálcãs, cuja prisão é uma condição para o país ingressar na União Europeia. Antes, a Sérvia pretendia pagar 1 milhão de euros.

No começo desta semana ministros de Relações Exteriores da UE concordaram em consultar o órgão executivo do bloco, a Comissão Europeia, sobre o início de conversações com a Sérvia sobre seu ingresso uma medida processual no longo processo de adesão, que estava em suspenso havia meses.

Para seguir adiante rumo à UE, o país terá ainda de prender Mladic, que foi indiciado pelo tribunal da ONU para crimes de guerra por genocídio em 1995, pelo massacre de 8 mil muçulmanos na cidade bósnia de Srebrenica e no cerco de Sarajevo (1992-1995).

"O governo tem dinheiro no orçamento para pagar a recompensa. Há sempre dinheiro para essas alocações", disse a ministra da Infraestrutura, Verica Kalanovic. "A Sérvia está determinada a se livrar dessa carga."

O governo sérvio também elevou o prêmio para um outro foragido da Justiça: Goran Hadzic, líder dos sérvios da Croácia no período da guerra: passou de 300 mil euros para 1 milhão de euros. Mladic ainda tem apoio de linha-duras na região da República Sérvia da Bósnia, os quais o consideram um herói.

Estado Palestino será criado em 2011, diz premiê

Salam Fayyad
O primeiro-ministro palestino, Salam Fayyad, declarou nesta quinta-feira que o Estado Palestino será fundado em 2011 e que está preparando a infraestrutura para possibilitar sua criação.

"Agosto de 2011 será o prazo final da ocupação israelense" nos territórios palestinos e "no próximo verão (no hemisfério norte, inverno no hemisfério sul) os palestinos vão festejar o nascimento de seu Estado", disse Fayyad.

No entanto, analistas se dizem céticos sobre as promessas, a menos que sejam firmados acordos com Israel e com o grupo islâmico Hamas. O governo de Fayyad não tem controle algum sobre a Faixa de Gaza, dominada pelo Hamas desde 2007 e onde moram 1,5 milhão de palestinos.

Fayyad, que assumiu o cargo de premiê em 2007, é um economista respeitado internacionalmente que trabalhou no Banco Mundial durante oito anos. Desde que foi nomeado primeiro-ministro pelo presidente palestino, Mahmoud Abbas, Fayyad vem se dedicando a construir a infraestrutura de um futuro Estado Palestino, consolidando a economia, as instituições e as forças de segurança na Cisjordânia.

Israel

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, já declarou que o país "não aceitará medidas unilaterais" por parte dos palestinos. O ministro das Relações Exteriores, Avigdor Lieberman, instruiu nesta semana o departamento de planejamento do Ministério a elaborar um estudo sobre a possibilidade de que os palestinos declarem um Estado de maneira unilateral e obtenham o apoio da ONU. "Temos que estar prontos para essa eventualidade", afirmou Lieberman.

Em suas declarações desta quinta-feira, Salam Fayyad também criticou Netanyahu e disse que "se o premiê israelense tem intenções sérias de fazer a paz, deve prender os colonos que envenenaram as oliveiras dos palestinos".

Fayyad se referiu a um incidente ocorrido nesta semana na Cisjordânia quando colonos do assentamento de Alon Moreh, nas proximidades da cidade de Nablus, contaminaram mais de 600 oliveiras da aldeia palestina de Dir Hatab com águas de esgoto. Ele declarou também que Netanyahu "permite que os colonos façam atos de terrorismo contra os palestinos".

Negociações

Ainda nesta quinta-feira, o ministro das Relações Exteriores do Egito, Ahmed Aboul Gheit, e o ministro da Inteligência egípcio, Omar Suleiman, se reúnem em Ramallah com o presidente palestino, Mahmoud Abbas, para discutir a possibilidade de retomada das negociações diretas entre israelenses e palestinos.
Abbas suspendeu as negociações no dia 26 de setembro, quando o premiê Netanyahu se negou a prolongar o congelamento da construção dos assentamentos israelenses na Cisjordânia.

Netanyahu declarou que quer negociar "sem condições prévias", mas Abbas afirmou que não retomará as conversas "se os israelenses continuarem construindo os assentamentos". As obras nos assentamentos israelenses na Cisjordânia já foram retomadas.

MI6: espionagem é crucial para deter arma nuclear do irã

O diretor do serviço britânico de espionagem, o MI6, John Sawers, destacou nesta quinta-feira em Londres a necessidade de operações conjuntas das agências de inteligência para reforçar os esforços diplomáticos e impedir que o Irã produza armamento nuclear.

Em um discurso público sem precedentes, o diretor do MI6 destacou que graças às atividades de espionagem o Irã admitiu no ano passado a existência de uma segunda usina de enriquecimento de urânio, que por sua vez levou a uma maior pressão diplomática.

"Deter a proliferação nuclear não pode ser abordado apenas por meio da diplomacia convencional. Precisamos de operações conjuntas dos serviços de inteligência que tornem mais difícil que países como o Irã desenvolvam armas nucleares", completou em um discurso transmitido pela BBC. "Quanto mais retardada pelos esforços internacionais a aquisição de tecnologia de armas nucleares por parte do Irã, mais tempo existirá para encontrar uma solução política", disse.

Os comentários de Sawers foram feitos no momento em que as grandes potências (Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Rússia e Alemanha) que suspeitam do Irã buscam retomar as negociações com Teerã. O Conselho de Segurança da ONU adotou em junho novas sanções contra o país.

"As revelações sobre a usina de enriquecimento iraniano de Qom foram um êxito de inteligência. Levaram a uma intensificação da pressão diplomática sobre o Irã, com sanções mais duras da ONU e da União Europeia (UE), que estão começando a provocar dano", disse Sawers. "O regime iraniano deve pensar bem no que o interessa mais."

O Irã notificou a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) em setembro de 2009 sobre a construção de uma segunda usina de enriquecimento na cidade de Qom, depois que Washington acusou o país de não cumprir o Tratado de Não Proliferação (TNP) nuclear. O discurso de Sawers, que marca seu primeiro aniversário no cargo, foi o primeiro em público de um diretor do Serviço Secreto de Inteligência (SIS, na sigla em inglês, nome oficial do MI6) em mais de 100 anos de existência.

Al-Qaeda pode estar pensando em fazer reféns europeus

Mulher chora após receber a notícia de que o filho morreu em um ataque promovido pela Al Qaeda
Agências de segurança suspeitam que a Al Qaeda esteja planejando novos ataques na Europa. Detalhes de um possível “plano europeu” continuam pouco claros, mas o ex-guerrilheiro da jihad Noman Benotman, ex-treinador de campos de terrorismo, acredita que a Al Qaeda esteja querendo fazer reféns para negociar a soltura do terrorista Khalid Sheikh Mohammed, que planejou os ataques de 11 de setembro. Especialistas dizem que a teoria é plausível.

Em Berlim, no dia 17 de setembro de 1974 à noite, quatro terroristas do Exército Vermelho Japonês (EVJ) embarcaram em um avião fornecido pelo governo francês no aeroporto de Schiphol em Amsterdã e eram ordens ao piloto holandês Pim Siericks para que decolasse –o destino inicialmente era desconhecido.

O voo do Boeing 707 marcou o fim de uma operação terrorista de sucesso. Três membros do EVJ tinham ocupado a embaixada francesa em Haia por quatro dias e mantido os funcionários como reféns. O governo francês cedeu a sua demanda e entregou o quarto homem, Yutuka Furuya, que estava preso na França, em troca dos reféns.

O terrorista Carlos “o chacal” tinha ajudado o EVJ fornecendo granadas M26, com as quais eles invadiram a embaixada em Haia. Um dia após tomarem os reféns, o próprio Carlos usou uma das granadas para causar um banho de sangue em um café em Paris e enfatizar as demandas do EVJ.

Cerca de 15 anos depois, a milhares de quilômetros, um grupo de jovens militantes estudou esta cooperação entre o EVJ e Carlos e chegou à conclusão que ela poderia servir um modelo para libertar seus próprios prisioneiros um dia. Noman Benotman, líbio que foi um dos líderes de um contingente jihadista alinhado com a Al Qaeda e treinador de campos de treinamento terroristas no Afeganistão, estava presente nessas discussões.

Mais de 30 anos depois, esse cenário de 1974 voltou a ser digno de nota. “Tenho informações que considero confiáveis, segundo as quais a Al Qaeda no Waziristão está fazendo treinamentos para executar múltiplas ações de tomada de reféns paralelas, para forçar a libertação de um prisioneiro”, disse Benotman.

Ele acredita que os planos de ataques contra alvos europeus que as autoridades vêm advertindo nas últimas semanas são reais. Ele diz que a trama consiste em invadir prédios na Alemanha, França e Reino Unido ao mesmo tempo e manter as pessoas que estiverem dentro como reféns para forçar a libertação de Khalid Sheikh Mohammed, que foi o cabeça por trás de 11 de setembro e que agora está preso nos EUA esperando o julgamento pelos ataques.

Benotman hoje mora em Londres –um destino que alcançou após uma longa jornada pessoal. Após os ataques de 11 de setembro, ele virou as costas ao terrorismo. Desde então tem sido um dos principais especialistas do mundo em Al Qaeda. Ele trabalha na Fundação Quilliam em Londres, que dirige programas para reduzir a radicalização de jovens islâmicos. O homem de 43 anos deu uma entrevista em um café entre as estações de Paddington e da rua Edgware, onde um suicida detonou uma bomba no dia 7 de julho de 2005. Ele relembrou seus dias no Afeganistão: “No início dos anos 90, até treinamos esse tipo de ação”, diz ele.

A Al Qaeda vai tentar forçar a libertação de Khalid Sheikh Mohammed?

Benotman enfatiza que a Al Qaeda está revisitando esse cenário, e alega que é mais do que simples especulação. Ele diz que não pode citar suas fontes, para protegê-las, mas atesta sua credibilidade. O especialista em terror de Berlim Guido Steinberg, do Instituto de Assuntos Internacionais e de Segurança Alemão, vê pouca razão para duvidar. “Benotman conhece os jihadistas e seus líderes melhor que a maior parte das pessoas”, diz ele. “É inteiramente possível que tenha obtido informações sobre os planos terroristas. No passado, todas suas informações se provaram corretas.”

O líbio também se refere a dois eventos que dão crédito à sua alegação. No último outono, a Al Qaeda citou a Alemanha como alvo de um ataque, uma ameaça que ele ainda considera válida. Ele também se refere a uma mensagem de áudio de Osama Bin Laden em junho de 2010, na qual o terrorista advertiu os EUA que a Al Qaeda ia matar prisioneiros americanos se os EUA executassem Khalid Sheikh Mohammed. “O dia que os EUA tomarem essa decisão (de executar Mohammed) será o dia que emitirão uma sentença de morte contra qualquer um dos norte-americanos que esteja cativo”.

“Conheço Osama Bin Laden pessoalmente. É muito importante para ele poder dizer após cada operação: ‘Por que vocês estão surpresos? Foi exatamente o que eu anunciei’”, diz Benotman.

Será que a Al Qaeda está realmente planejando tomar reféns na Europa para forçar os EUA a soltarem Khalid Sheikh Mohammed? O cálculo, diz Benotman, é simples. Mesmo que os EUA não cumpram a demanda da Al Qaeda –que é o cenário mais provável- os terroristas ainda poderiam conseguir alcançar dois objetivos: a mídia global ia passar dias focando inteiramente na Al Qaeda e em suas demandas. E eles conseguiriam provocar uma rusga entre os EUA e a Europa, se pessoas inocentes morrerem no continente porque Washington não quis soltar Khalid Sheikh Mohammed.

“Faz sentido”


Várias autoridades de inteligência, especialistas em terrorismo e funcionários de segurança do Ocidente entrevistados pelo Spiegel Online consideram plausível o cenário descrito por Benotman.

“O cenário de Benotman é inteiramente plausível”, diz Magnus Ranstorp, diretor de pesquisa do Centro de Estudos de Ameaças Assimétricas do Colégio Nacional Sueco de Defesa. Ranstorp salienta que mesmo os ataques de 11 de setembro originalmente eram um esforço para liberar o clérigo jihadista Omar Abdelrahman. Khalid Sheikh Mohammed originalmente planejara derrubar nove aviões sobre prédios e pessoalmente tomar reféns no 10º avião como arma de negociação. “Dado o contexto de como a Al Qaeda pensa em impacto operacional e surpresa, isso seria uma operação de baixo custo e alto impacto que ia surpreender e chocar o ocidente”, diz ele. Segundo o especialista, os planos de atacar contra o jornal dinamarquês Jyllands-Posten em 2009 também envolviam reféns e execuções.

“Faz sentido”, concorda uma autoridade de inteligência que prefere manter o anonimato por não estar autorizada a discutir a questão em público. “Contudo, não temos evidências”. Outros fizeram observações similares.

Jihadistas alemães com laços com a Al Qaeda

As advertências das agências de segurança agora compartilham preocupações com um “cenário de Mumbai” em território europeu, similar aos ataques de 2008 na cidade indiana, nos quais equipes de terroristas atacaram locais públicos com bombas, granadas e armas, matando 174 pessoas. A série de ataques continuou por quatro dias e foi parcialmente transmitida ao vivo pela televisão.

De acordo com um documento interno escrito por autoridades alemãs resumindo dados de inteligência, um ataque ao estilo de Mumbai poderia incluir reféns. Mas esse documento não assume que o ataque seria conectado a demandas específicas.

As advertências se baseiam em diferentes dados. A pista mais importante de Ahmed Siddiqui, jihadista de Hamburgo, Alemanha, que foi preso neste verão no Afeganistão por forças norte-americanas. Em seu interrogatório, ele alegou que tinha encontrado um homem de alta patente na Al Qaeda chamado Younis Al Mauretani, que contou sobre os planos de atacar vários países europeus. Ele ouviu que Osama Bin Laden estava sabendo dos ataques e que várias equipes tinham sido enviadas à Europa. Autoridades de segurança alemãs que tiveram permissão de interrogar Siddiqui consideram suas declarações válidas. Elas também acreditam que Al Mauretani é um verdadeiro agente da Al Qaeda.

Um novo nível de cooperação entre grupos terroristas

No início de outubro, três jihadistas alemães foram mortos na província do Waziristão no Paquistão por aviões não tripulados da CIA. As agências norte-americanas esperam que tenham prejudicado os ataques para planejar um “plano europeu”.

Neste cenário, talvez seja significativo que Siddiqui e os três outros jihadistas alemães até agora tenham sido considerados membros do Movimento Islâmico do Uzbequistão (MIU), que tem um relacionamento bastante difícil com a Al Qaeda. Estariam a Al Qaeda, o MIU e outras organizações terroristas trabalhando juntas nos planos de ataque?

Alguns analistas consideram isso plausível, e a ameaça compartilhada de ataques de aviões não tripulados pode de fato estar promovendo tal cooperação. Além disso, várias dúzias e possivelmente até centenas de combatentes com passaportes americanos e europeus estariam atualmente na região. A Al Qaeda pode ficar tentada a usá-los cruzando limites organizacionais tradicionais para poder planejar um ataque espetacular no Ocidente. Uma informação fornecida ao Spiegel Online na semana passada pode corroborar essa teoria. De acordo com jihadistas na região do Waziristão, ao menos um dos três alemães mortos pela sonda não tripulada da CIA também está conectado com a Al Qaeda.

Planejamento pode estar no princípio


Uma reorganização que está ocorrendo dentro da liderança da Al Qaeda poderia simplificar a cooperação entre os grupos. De acordo com as fontes de Noman Benotman, Ilyas Kashmiri, um homem com considerável experiência colaborando com outros grupos, tornou-se responsável pelo planejamento de operações estrangeiras. Ele estava em contato com perpetradores dos ataques terroristas de Mumbai assim como outros terroristas que teriam planejado ataques nos EUA e na Europa. A Newsweek informou que Siddiqui também tinha contato com Kashmiri, mas agências alemãs de inteligência não puderam confirmar isso.

A volta recente do alto terrorista Saif Al Adel ao Waziristão e sua suspeitada promoção para se tornar o novo comandante militar teria um efeito similar porque o egípcio também tem muita experiência trabalhando com outros grupos.

Mas Benotman diz que outro aspecto também deve ser levado em consideração –que as operações que estão sendo planejadas podem subir ou cair com base na qualidade do treinamento. Tal treinamento, diz ele de experiência própria, leva meses, “muito mais do que ataques suicidas”. Além disso, o encontro entre Siddiqui e Al Mauretani, segundo o relato, parece ter sido um esforço de recrutamento –uma possível indicação que o planejamento não está em fase avançada e que o grupo terrorista ainda está em busca de perpetradores.

Benotman, portanto acredita que ainda há tempo para impedir o ataque. Ele até acha possível que a Al Qaeda possa ter que abortar o plano, se muitos detalhem se tornarem públicos.

EUA preparam nova oferta nuclear ao Irã, dizem autoridades

O presidente iraniano, Mahmud Ahmadineyad (centro), rodeado de cientistas, inaugura a primeira usina
de combustível nuclear, marcando as celebrações do Dia Nuclear nacional, no Irã
O governo Obama e seus aliados europeus estão preparando uma nova oferta para as negociações com o Irã a respeito de seu programa nuclear, disseram altos funcionários do governo, mas as condições para Teerã seriam ainda mais onerosas do que o acordo rejeitado pelo líder supremo do país, o aiatolá Ali Khamenei, no ano passado.

A reação do Irã, dizem as autoridades, será o primeiro teste sobre se o novo conjunto surpreendentemente amplo de sanções econômicas está mudando o cálculo nuclear do Irã. Em meados do ano passado, importantes autoridades, desde o diretor da CIA, Leon Panetta, até o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, o almirante Mike Mullen, previam que apesar de que as sanções feririam o Irã, elas seriam insuficientes para forçar o país a abrir mão de importantes elementos de seu programa nuclear.

Um alto funcionário americano disse na quarta-feira que os Estados Unidos e seus parceiros estavam “próximos de chegar a um acordo” a respeito de uma posição comum para apresentar ao Irã. Mas os iranianos não responderam ao pedido de Catherine Ashton, a chefe de diplomacia da União Europeia, para uma reunião em Viena em meados de novembro. O Irã insistiu que Ashton primeiro informe quando ocorrerá o fim das sanções, quando Israel abrirá mão do que chamou de “bomba sionista” e quando os Estados Unidos eliminarão suas armas nucleares.

A nova oferta exigiria o envio pelo Irã de aproximadamente 2 toneladas de urânio pouco enriquecido para fora do país, um aumento de mais de dois terços em comparação à quantidade exigida pelo acordo acertado em Viena há um ano. O aumento reflete o fato do Irã ter produzido continuamente mais urânio ao longo do último ano, e a meta americana é assegurar que o Irã tenha em mãos urânio insuficiente para fazer uma bomba.

O Irã também teria que suspender toda a produção do combustível nuclear que atualmente está enriquecendo a 20% – m passo importante para um nível para bomba. Também teria que cumprir seu acordo de negociar a respeito do futuro de seu programa nuclear. O acordo fracassado de 2009 foi rejeitado pelos linhas-duras em Teerã. Uma análise posterior pelos analistas da inteligência concluiu que Khamenei rejeitou pessoalmente o acordo, revertendo a decisão do presidente Mahmoud Ahmadinejad.

Por esse motivo, muitas autoridades suspeitam que esta mais recente iniciativa provavelmente fracassará. Mas eles dizem que ela cumpre a promessa do presidente Barack Obama de continuar negociando enquanto aumenta a pressão das sanções.

“Esta será a primeira sondagem sobre se os iranianos ainda acham que podem endurecer ou estão prontos para negociar”, disse um alto funcionário americano nesta semana, se recusando a ser identificado, porque Washington e seus aliados europeus ainda estão debatendo os detalhes finais do pacote que apresentarão ao Irã. “Nós temos que convencê-los de que vida piorará, não melhorará, se não começarem a agir.”

Apesar de Ahmadinejad ter dito em Nova York no mês passado que o Irã estava pronto para voltar às negociações, o país ainda não estabeleceu uma data para o encontro. Khamenei, falando neste semana em Qom – não distante da instalação de enriquecimento subterrânea cuja existência foi exposta no ano passado – não soou como se estivesse disposto a fazer concessões.

“As potências agressoras do mundo fizeram alvoroço a respeito das sanções contra o Irã”, ele foi citado pela imprensa iraniana como tendo dito na terça-feira para clérigos e estudantes, “mas este país tem superado sanções nos últimos 30 anos com sua paciência e resistência”. Apesar de todos os lados terem expressado disposição de participar de novas negociações, o que está acontecendo agora é mais uma manobra temerária do que dar e receber. As autoridades americanas dizem que não é crucial um retorno imediato do Irã à mesa de negociação; quanto mais aguardarem, mais tempo haverá para as sanções começarem a ser sentidas.

O Irã já enfrenta dificuldade para reabastecer aviões na Europa, fazer com que alguns portos aceitem seus navios e atrair os investimentos necessários para a produção de petróleo, disseram autoridades e analistas.

Mas quanto mais tempo o impasse durar, mais urânio o Irã produzirá. Segundo os inspetores nucleares internacionais, o Irã já conta com combustível suficiente para duas bombas, apesar de as autoridades americanas estimarem que levaria ao menos um ano para o enriquecimento do estoque atual para o grau de bomba e então transformá-lo em arma. “É muito tempo”, disse uma autoridade recentemente, o suficiente para os Estados Unidos ou Israel realizarem uma ação militar para deter o programa, ele reconheceu.

Em declarações públicas recentes, o governo tentou endurecer sua retórica a respeito dos riscos de uma arma iraniana.

Gary Samore, o coordenador de Obama para combate a armas de destruição em massa, disse para uma plateia da Associação Americana para o Avanço da Ciência, em Washington na semana passada, que se o Irá adquirisse uma arma, isso teria “um efeito completamente catastrófico” na região. Se bem-sucedido, o Irã poderia levar outros Estados no Golfo Pérsico a buscar suas próprias armas nucleares. Um ataque por Israel contra as instalações iranianas, ele acrescentou, poderia provocar uma guerra regional. Samore descreveu deter o programa do Irã como sendo sua “tarefa Nº 1”.

Após dois anos no governo, Obama organizou um regime impressionante de sanções e conseguiu combinar diplomacia e pressão melhor do que muitos especialistas previam. Mas até o momento pouco resultado foi obtido, o que provocou uma discussão dentro da Casa Branca sobre se seria de ajuda, ou contraproducente, fazer o presidente falar mais abertamente sobre opções militares.

Várias autoridades europeias desencorajam essa abordagem. Mas elas também temem que  negociar a respeito do destino do urânio que o Irã enriqueceu, violando as ordens do Conselho de Segurança da ONU, poderia ter o efeito de convencer os iranianos de que poderiam manter parte de sua capacidade de enriquecimento ao final de qualquer negociação.

A campanha de Obama disse em 2008 que isso seria inaceitável; como presidente, ele ainda não tratou claramente a questão.

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Rússia desmente contrato para o fornecimento de caças interceptadores MiG-31 à Síria

A Rússia não exportará para a Síria caças interceptadores pesadores MiG-31, declarou hoje o diretor da exportadora estatal de armas Rosoboronexport, Anatoli Isaikin.

“A existência de um contrato sobre a venda de aviões MiG-31 à Síria é um invento dos jornalistas. A Rosoboronexport não tem nenhum contrato e nem negocia”, assegurou Isaikin durante uma visita ao Salão de Defesa Naval Euronaval-2010, em Le Bourget, França.

Anteriormente, alguns meios de informações russos e internacionais informaram em várias ocasiões que a Rússia e Síria haveria firmando um 2007 um contrato para vender ao país árabe seis caças interceptadores MiG-31.

Estas informações provocaram a preocupação de Israel, cujo os representantes emitiram declarações tantos como oficiais, como extra-oficiais a respeito.

EUA projetam 'avião-helicóptero' para missões militares

Aparelho será desenvolvido pela Boeing, a pedido da Darpa.
Aeronave usa conceito de 'disco rotor' com hélices retráteis.

A Boeing distribuiu fotos e vídeos conceituais, gerados por computador, de uma aeronave que combinaria as características de um avião, capaz de viajar em alta velocidade, e de um helicóptero, que pode decolar e pousar verticalmente. A iniciativa, chamada de “Disco Rotor”, é parte de um projeto da Agência de Pesquisas em Projetos Avançados de Defesa (Darpa, na sigla em inglês) do governo norte-americano. A Darpa é a responsável pelo nascimento da rede que serviu como embrião da internet, conectada pela primeira vez em 29 de outubro de 1969.

A Boeing concluiu que é possível, mas que não é fácil, construir essa aeronave, mas informou que o projeto seguirá para mais testes.

Para conseguir essa façanha e mesclar dois tipos diferentes de voo, a aeronave tem um disco em sua parte superior, no qual estão localizadas suas hélices, que são retráteis. Isso permite que o disco rotor funcione como um avião depois de atingir altura e velocidade. A velocidade máxima do protótipo proposto seria de 660 km/h – inferior a de um avião, mas significativamente superior a de helicópteros que, mesmo em modelos militares, não passam de 400 km/h.

Além de ter uma velocidade máxima superior, a aeronave também é capaz de viajar em altitudes maiores, como aviões, ou mais baixas, se estiver em seu modo helicóptero.

O disco rotor foi conceituado pelo engenheiro dinamarquês Jacob Ellehammer no início do século passado. Até mesmo a Nasa analisou as possibilidades de construí-lo, mas há um grande desafio técnico em retrair as hélices com segurança enquanto a aeronave está no ar, sujeita a variadas condições climáticas. A Boeing pretende construir um protótipo em 20% do tamanho real para realizar testes em túneis de vento.

Segundo a Darpa, agência que financia o projeto, um disco rotor seria capaz de “satisfazer um interesse militar atual, fechando o vaco entre helicópteros de escolta e missões de inserção, provendo sobrevivência, mobilidade e respostas rápidas para locomoção de tropas e cargas”. Dentro das especificações desejadas pela agência, a aeronave final deve ter uma velocidade máxima entre 540 e 740 km/h.

Rússia necessita produzir mais de 150 mísseis balísticos intercontinentais Bulava para seus novos submarinos estratégicos

A Rússia necessita produzir mais de 150 mísseis balísticos intercontinentais navais Bulava para seus novos submarinos estratégicos do Projeto 955 Borey, declarou na data do dia 22 de outubro, Igor Korotchenko, membro do Conselho Público vinculado ao Ministério da Defesa e diretor da revista Natsionalnaia Oborona (Defesa Nacional).

“A indústria de defesa da Rússia necessita produzir mais de 150 mísseis Bulava para instalá-los nos novos submarinos estratégicos do Projeto 955 Borey e também para ter uma reserva”, disse  Korotchenko.

Korotchenko disse também que a produção em série dos mísseis Bulava deverá começar só quando se concluir todas as provas fixadas para 2010 e 2011 e que se decida definitivamente incorporar o míssil às Forças Armadas.

“Essa quantidade de 150 é o mínimo necessário para armar os oitos submarinos estratégicos do Projeto 955 Borey e realizar os testes anuais de lançamento para confirmar as características desse míssil”, disse o especialista.

Força Aérea da Rússia iniciou manobras de lançamentos de mísseis

A VVS iniciou ontem exercícios militares com a participação da Aviação de Ação de Longo Alcance que efetuará lançamentos práticos de mísseis, informou o porta-voz do Ministério da Defesa, o tenente-coronel Vladimir Drik.

“Nesse exercício, a Aviação de Ação de Longo Alcance efetuará lançamentos táticos e práticos com aparatos não-tripulados e tripulados de impacto, coordenará elementos de preparação de vôos, incluindo manobras de reabastecimento de vôo com os aviões de reabastecimento Il-78”, disse Drik.

Os exercícios se desenrolam sob o comando do comandante da VVS, o tenente-coronel Alexandr Zelin, com a participação do destacamento da Aviação de Ação de Longo Alcance, grupos da Força Aérea e Defesa Anti-aérea da Sibéria e Extremo Oriente, assim como do centro aeronáutico de Lipetsk com os aviões Tu-160, Tu-22M3, Tu-95MS, Il-78, MiG-29, MiG-31 e Su-27SM.

“No total, 40 aviões participarão das manobras e cumprirão uma séria de mísseis de aplicação de combate”, disse Drik.

Os vôos acontecem desde aeródromos permanentes como provisórios, cobrindo territórios desde a parte central do país, Extremo Oriente e Extremo Norte. As missões aconteceram em condições metrológicas favoráveis e adversas.

Os exercícios aconteceram até 28 de outubro.

OTAN estuda a possibilidade da uma nova participação russa no Afeganistão

Vitória no Afeganistão é impossível, diz Gorbachev

Ex-líder da União Soviética diz que Estados Unidos não têm alternativa a não ser retirar as tropas se quiser evitar 'outro Vietnã'

O ex-líder da União Soviética Mikhail Gorbachev disse em entrevista à BBC que uma vitória das forças da Otan (aliança militar ocidental) no Afeganistão é impossível.

Gorbachev afirmou que os Estados Unidos não têm alternativa a não ser retirar suas tropas "se quiser evitar outro Vietnã".

O ex-líder elogiou a decisão do presidente americano, Barack Obama, de começar a retirada de soldados do país no ano que vem, mas disse que os Estados Unidos vão passar por dificuldades para resolver a situação.

"A vitória é impossível no Afeganistão. Obama está certo em retirar as tropas. Não importa o quão difícil isso será", disse Gorbachev.

'Treinamento de militantes'

Como líder soviético, Gorbachev tomou a decisão de sair do Afeganistão depois de uma guerra de dez anos, em 1989.

Ele disse que, na época, um acordo foi alcançado com Irã, Índia, Paquistão e Estados Unidos.

"Nós esperávamos que os Estados Unidos respeitassem o acordo a que chegamos de que o Afeganistão deveria ser um país neutro e democrático, que teria boas relações com seus vizinhos e tanto com os Estados Unidos como com a União Soviética", disse Gorbachev.

"Os americanos sempre disseram apoiar isso, mas ao mesmo tempo eles estavam treinando militantes - os mesmos que hoje aterrorizam o Afeganistão e cada vez mais o Paquistão."

Por causa disso, para o ex-líder soviético, seria mais difícil para os Estados Unidos resolver a situação do país hoje.

"Mas qual é a alternativa? Outro Vietnã? Mandar mais 500 mil soldados? Isso não funcionaria."

Segundo Gorbachev, o melhor que a Otan poderia alcançar seria ajudar o Afeganistão a se recuperar e se reconstruir após a guerra.

Acidente da Base Aérea de F.E. Warren faz com que os EUA percam o controle de 50 ICBMs Minuteman-3

Uma das três bases de ICBMs nos EUA sofreu um sério acidente. O presidente Barack Obama e a Administração do Pentágono já foram informados.

Segundo o site da revista americana Atlantic, diz que a razão da grande falha acontecera nos ordenadores da Base Aérea de F.E. Warren (estado de Wyoming), onde se encontram 150 ICBM Minuteman-3. Outros 300 mísseis do mesmo tipo  estão instalados nas bases de Minot (Dakota do Norte) e Malmstorm (Montana).

Descoberta uma rede clandestina de financiamento de extremistas do Cáucaso

Os serviços de segurança da Rússia descobriram uma rede clandestina de financiamento de extremistas que operam no Cáucaso Norte, segundo afirmou o Comitê Anti-terrorista do país.

Segundo as afirmações do Comitê, a recente ativação dos extremistas  clandestinos nas repúblicas do Daguestão, Ingusetia, Chechênia e Cabárdia-Balcária está vinculada com o fluxo de consideráveis finanças das organizações terroristas internacionais que tratam de desestabilizar a situação na zona. Os representantes do Comitê Anti-terrorista da Rússia afirmam que dispõe de informação, segundo a qual o dinheiro, que entrava em território russo, partindo do estrangeiro, era destinado à células norcáusticas para organização dos atentados.


Bin Laden ameaça França em nova mensagem de áudio

Osama Bin Laden, líder da Al-Qaeda, justificou o sequestro de cinco cidadãos franceses no Níger no mês passado como o resultado das injustiças da França contra os muçulmanos que vivem no país e alertou que os sequestros irão continuar.

Em uma nova gravação de áudio, cuja autoria é atribuída a Bin Laden e que foi divulgada pela Al Jazeera nesta quarta-feira, o líder apelou ao povo da França para parar de "intervir nos assuntos dos muçulmanos no norte e no oeste da África".

"O tema do meu discurso é a razão pela qual a segurança está sendo ameaçada e seus filhos sendo tomados como reféns", disse o líder da Al-Qaeda.

"O sequestro de seus especialistas no Níger, enquanto eles estavam sendo protegidos pelo seu representante no país, é uma reação à injustiça que vocês estão praticando contra a nossa nação muçulmana".

"Como poderia ser justo que vocês intervenham nos assuntos dos muçulmanos, no norte e no oeste da África em particular, coloquem os seus agentes contra nós e tomem muito da nossa riqueza em negócios suspeitos, enquanto nosso povo sofre várias formas de pobreza e desespero?", questionou Osama Bin Laden.

Sequestros de setembro
A célula da Al-Qaeda no norte da África reivindicou a responsabilidade pelo sequestro de cinco cidadãos franceses em setembro, juntamente com outros dois cidadãos de Madagascar e de Togo.

A Al-Qaeda divulgou fotos do grupo no final do mês passado, mostrando os reféns sentados na areia com vários homens armados vestindo roupas de beduínos atrás deles.

Os reféns estão supostamente sendo mantidos em uma região montanhosa no noroeste de Mali. Autoridades francesas afirmam não ter recebido qualquer exigência da Al-Qaeda no Magreb Islâmico, o grupo que realizou o sequestro.

Os reféns são funcionários de duas empresas francesas, a Areva e a Vinci, que fazem negócios na cidade mineira de Arlit, no Níger.

Bin Laden também usou a gravação para criticar o plano da França de proibir o uso de véus que cobrem todo o rosto em público - uma lei que deve ser implementada no próximo ano.

"Se você injustamente pensa que é seu direito impedir que as mulheres muçulmanas livres usem o véu que cobre o rosto, então não é nosso direito expulsar os seus homens invasores e cortar seus pescoços?", questiona o líder da Al-Qaeda.

Demanda afegã
Bin Laden também usou a mensagem para estimular a França a se retirar do Afeganistão, chamando a situação de uma guerra injusta - e prometeu mais sequestros se suas advertências não forem ouvidas.

"A equação é muito simples e clara: se você matar, você vai ser morto, se você toma os outros como reféns, você será feito refém, se você destrói a nossa segurança, nós vamos destruir a sua segurança", disse Bin Laden.

O paradeiro de Osama Bin Laden é desconhecido, mas em agosto, o general David Petraeus, o comandante dos EUA no Afeganistão, disse que ele está "muito enterrado" nas remotas montanhas entre o Afeganistão e o Paquistão e que capturá-lo continua sendo uma tarefa chave.

Bin Laden é o homem mais procurado do mundo. Os EUA oferecem recompensa de até US$ 25 milhões por informações que levem à sua captura.

Gorbachev diz que Putin obstrui a democracia

Mikhail S. Gorbachev, que antes apoiava o primeiro-ministro Vladimir V. Putin, está expressando crescente frustração com a liderança de Putin, dizendo que ele minou a nascente democracia da Rússia, ao aleijar as forças de oposição.

 “Ele acha que a democracia fica no caminho dele”, disse Gorbachev.

 “Eu temo que eles tenham se deixado dominar por esta ideia de que este país inadministrável precisa de autoritarismo”, disse Gorbachev, se referindo a Putin e seu aliado, o presidente Dmitri A. Medvedev. “Eles acham que não podem fazer nada sem isso.”

 Em uma entrevista, Gorbachev descreveu o partido do governo de Putin, o Rússia Unida, como sendo uma “cópia ruim do Partido Comunista Soviético”. Gorbachev disse que as autoridades do partido se preocupavam apenas em se manterem no poder e não queriam que os russos participassem da vida cívica.

 Gorbachev desprezou em particular a decisão de Putin, em 2004, quando era presidente, de eliminar as eleições para governadores regionais e prefeitos de Moscou e São Petersburgo. Esses cargos agora são nomeados pelo Kremlin.

 O impacto dessa mudança foi ilustrado no mês passado, com o afastamento do antigo prefeito de Moscou, que foi substituído por um seguidor leal de Putin.

“A democracia começa com eleições”, disse Gorbachev. “Eleições, prestação de contas e rotatividade.”

 Gorbachev, o último líder soviético, estava dando entrevistas neste mês para promover um concerto beneficente, que sua fundação está patrocinando em março em homenagem ao seu 80º aniversário. A fundação dirige um centro de pesquisa e já arrecadou milhões de dólares para entidades que cuidam de crianças com câncer.

 As críticas de Gorbachev a Putin, apesar de não serem novas, parecem ter se tornado mais incisivas recentemente, como se Gorbachev sentisse que ele colocou a Rússia no caminho para ser uma democracia funcional, apenas para ver Putin bloquear seu progresso.

 Nem Putin e nem Medvedev responderam publicamente a Gorbachev. Ao ser perguntado na terça-feira sobre os comentários de Gorbachev, o porta-voz de Putin, Dmitri S. Peskov, pareceu escolher suas palavras com cuidado. “Nós sentimos o mais profundo respeito por Mikhail Gorbachev e certamente respeitamos seu ponto de vista”, disse Peskov. “Mas isso não significa que concordamos com ele.”

 Peskov disse que os partidos de oposição fracassaram em obter ganhos na Rússia porque seus líderes eram impopulares e não desenvolveram plataformas atraentes. “Nem Putin pessoalmente, nem o Rússia Unida como partido político, podem ser responsabilizados pela incapacidade de outros partidos de produzir algo promissor para os cidadãos deste país”, ele disse.

 Tratando de uma dor de garganta, Gorbachev falou com vigor e não parecia desacelerado pela idade. Ele se encontrou com os repórteres na sede de sua fundação em Moscou, que está repleta de fotografias e outras lembranças que destacam seus esforços para reformar a União Soviética.

 Ainda assim, quase duas décadas após o colapso da União Soviética, Gorbachev ocupa uma posição desconfortável na sociedade russa. Ele é mais respeitado no exterior do que em casa, em parte porque algumas pessoas na Rússia o culpam por causar o caos político e econômico dos anos 90. É importante mencionar que o concerto beneficente para sua fundação ocorrerá no Royal Albert Hall em Londres, não em Moscou.

 Tendo supervisionado a retirada soviética do Afeganistão, Gorbachev ofereceu suas observações a respeito da atual missão da Otan naquele país, dizendo que o sucesso lá era impossível para uma ocupação. “Seria necessário exterminar a população”, ele disse, enfatizando que essa obviamente não era uma opção.

 Gorbachev passou recentemente a se interessar pela política de oposição. Ele é proprietário de parte do principal jornal de oposição do país, “Novaya Gazeta”, que teve vários repórteres mortos ou feridos em ataques. Ele tentou ajudar a formar um partido político para competir nas eleições parlamentares do próximo ano, mas desistiu diante dos imensos obstáculos legais.

“Para aqueles que querem mudar o país visando promover esses processos mais rapidamente, a promoção dos processos democráticos, a participação do povo é necessária”, ele disse. “É necessário ter partidos. Mas tente criar um partido!”

 Gorbachev não disse quem apoiará para presidente em 2012. Acredita-se que Putin, que se tornou primeiro-ministro em 2008, após ser impedido de concorrer a um terceiro mandato consecutivo como presidente, esteja considerando retornar à presidência.

 “A Rússia ainda tem muito que fazer para introduzir um novo sistema de valores, criar e proporcionar o funcionamento adequado das instituições e mecanismos democráticos –as instituições da sociedade civil”, disse Gorbachev. “Tudo isso é feito por meio de uma grande transformação nos cérebros das pessoas. E isto, claramente, está ocorrendo muito lentamente.”

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Rússia apresentará sexta-feira a fragata furtiva Admiral Sergey Gorshkov

Rússia celebrará na próxima sexta-feira a cerimônia de apresentação da fragata Admiral Sergey Gorshkov, barco insígnia do Projeto 22350, Informou hoje um porta-voz da Armada Russa.

“Esta previsto que o navio, que se materializou dos últimos planejamentos da indústria naval russa, comece seu ciclo de navegação de provas de mar em 2011”, disso o porta-voz.

Ele também informou, que nesse momento, os Estaleiros do Norte (Severnoye), em São Petersburgo,  estão trabalho na construção do casco da fragata de “Admiral Kasatonov”, pertencente ao mesmo projeto e que essa fragata deverá ser entregue à Armada Russa em 2012.

No futuro, as fragatas do Projeto 22350 estarão em serviço nas quatros frotas da Armada Russa, que necessitam de 20 a 30 navios dessa classe.

Especialistas acreditam que essas fragatas formaram o grosso da frota russa de superfície no século XXI, por sua capacidade de cumprir missões em mares e oceanos, tanto sozinhas, como em grupos.

As fragatas do Projeto 22350 deslocam 4.500 toneladas, medem mais de 130 metros de cumprimento e tem uma autonomia superior 4.000 milhas náuticas.

Seu armamento incluirá oito mísseis anti-navio 3M55 Oniks, canhões A-192 de 130mm, mísseis anti-submarino Medvedka e o sistema anti-aéreo de médio alcance Urugan. Também estarão munidos com helicópteros Ka-32.

Os índios na defesa da Amazônia brasileira

O modo de solução pelo Supremo Tribunal Federal do conflito entre os índios que ocupam as terras da reserva Raposa do Sol e os arrozeiros que as queriam explorar, em Roraima, contestando a demarcação de forma contínua promovida pelo governo federal, se apresenta agora como garantia de paz numa região estratégica para o Brasil, no momento em que a Venezuela contrata com a Rússia a construção de uma usina nuclear. É claro que tacapes e arcos e flechas dos guerreiros ingarikó, makuxi, patamona, paurepang, wapixana, ou os dos ianomâmis, não irão se confrontar com o Exército venezuelano, mas a grande vantagem para as Forças Armadas brasileiras em caso de um eventual conflito com os países da imensa fronteira norte é que a decisão do STF assegura expressamente a plena atuação dos serviços públicos das três esferas (federal, estadual e municipal) no interior da reserva, preservados os interesses das comunidades indígenas.

Em seu longo e preciso voto, o ministro relator, Carlos Ayres de Brito, demonstrou o direito dos índios à posse permanente das terras que tradicionalmente ocupam, dado o comando do art. 231 da Constituição Federal, e a invalidade de uma demarcação descontínua, ou por ilhas, como pretendiam os arrozeiros, o governo do estado de Roraima e os senadores que promoveram a ação popular contra a União. Foi além o culto magistrado sergipano ao rechaçar a ideia defendida pelas organizações internacionais de que as comunidades indígenas constituiriam nações ou povos aos quais se devesse assegurar autonomia.Mostrou com objetividade que os índios são possuidores das terras,mas a propriedade é da União e que têm uma só nacionalidade, a brasileira.

A Declaração Internacional dos Povos Indígenas, aprovada pela Organização das Nações Unidas, não tem aplicação à situação dos povos originários do Brasil, pela simples razão de que o povo brasileiro é um só, resultado do processo histórico de formação de um Estado multiétnico, decorrente da colonização portuguesa sucedida após a declaração de independência de 1822 e das lutas de apoio ao império brasileiro empreendidas conjuntamente pela população, com forte apoio dos índios, muitos dos quais se tornaram heróis nacionais. Tomem-se os exemplos dos caboclos de Itaparica e do Recôncavo Baiano que expulsaram bravamente as tropas portuguesas depois de batalhas sangrentas e que são reverenciados a cada 2 de julho, nos festejos que culminam no monumento erguido no Campo Grande.

Antes, no Rio de Janeiro, contra os franceses, e em Pernambuco, contra os holandeses, os índios também se destacaram na defesa do Brasil. Definiu-se, no julgamento do Supremo Tribunal Federal, que as comunidades indígenas possuem terras, mas não território, no sentido político, pois desse são titulares os entes que compõem a Federação: União, estados, Distrito Federal e municípios. Por isso, os serviços públicos de saúde, educação, segurança, as estradas, as telecomunicações, as redes de energia e os quartéis podem ser instalados e funcionar normalmente no interior das reservas, desde que orientados pela Fundação Nacional do Índio e ouvidas as comunidades indígenas.

A decisão do STF inclui as chamadas salvaguardas, entre elas as de que o usufruto indígena não se sobrepõe aos interesses públicos federais, nem à exploração mercantil dos recursos hídricos e potenciais energéticos, dependentes de autorização do Congresso Nacional, nem alcança a pesquisa e lavra de minérios, também dependentes de autorização do Congresso, e com participação das comunidades indígenas nos resultados.

O certo é que a retirada dos arrozeiros e a pacificação da região permitem uma ação mais eficaz de defesa do território nacional, além de garantir a melhor maneira de preservar o meio ambiente, já que ninguém melhor que os índios para proteger a flora, a fauna e toda a riqueza natural das florestas, às quais estão umbilicalmente ligados.

A Guerra Privatizada

Empresas tomam o lugar do Exército num mercado que movimenta US$ 100 bilhões por ano

A enxurrada de documentos secretos do governo americano divulgada na sexta-feira passada mostrou o crescimento de uma tendência perigosa nos novos conflitos globais: o uso de forças mercenárias no campo de batalha.

Segundo os arquivos vazados pelo site Wikileaks, a Guerra do Iraque contou com cerca de 100 mil “contratados”, termo usado para designar os funcionários de uma guerra terceirizada. O contingente mercenário só perdia para os americanos e era superior em número aos soldados dos outros países da coalizão. Na Guerra do Golfo, em 1990, esse número não chegava a 10 mil.

A indústria da guerra privatizada está entre os negócios mais lucrativos do mundo. Hoje, estima-se que as multinacionais voltadas para campos de batalha movimentem cerca de US$ 100 bilhões por ano.

Fim da Guerra Fria impulsionou indústria de exércitos privados

O mercado de serviços militares tem poucos números oficiais. O Sipri, instituto internacional que estuda zonas de guerra, elabora anualmente um relatório com as 100 maiores empresas do setor militar que também inclui centros de pesquisa e indústrias. Em 1996, dez empresas mercenárias estavam na lista. No ano passado, esse número subiu para 18.

Terceirizar a guerra pode ser um excelente negócio, mas levanta uma série de questões sobre a conduta dos exércitos contratados para atuar em zonas conflagradas.

Grande parte dos incidentes divulgados pelo Wikileaks envolve multinacionais militares ou milícias iraquianas em atos de violência não investigados. Em vários documentos disponíveis no site, a constatação de “investigação desnecessária” encerra a maior parte das denúncias de abuso. Em outras, o fato de envolver mercenários desqualifica uma apuração mais detalhada.

 – O grande problema de empregar essas forças mercenárias é que elas não são regidas pelas leis de guerra internacional – argumenta o especialista em guerra e política da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), Alair Figueiredo. – Isso tira a responsabilidade dos países que contratam PMCs. Se elas cometem crimes, o contratante pode simplesmente dizer que demitiu o mercenário para não ser responsabilizado.

O grande exemplo disso na Guerra do Iraque foi quando agentes da empresa Blackwater, uma das mais famosas do ramo, abriram fogo contra uma multidão, mataram 17 e não receberam qualquer punição.

O crescimento acelerado do uso de forças mercenárias também obriga o contratante a saber lidar com o risco de não se submeter a uma dessas empresas. Alair observou ainda que esse aumento pode ser uma tendência fruto da Guerra Fria.

– O aumento exagerado no emprego de mercenários aconteceu várias vezes ao longo da história da humanidade, sempre após o fim de uma guerra ou de um período de alto investimento militar. A Guerra Fria gerou mão de obra e tecnologia militar muito qualificadas e que não encontram mais mercado nos seus países – avalia Alair Figueiredo. – Não dá para saber se as empresas de guerra serão o futuro dos combates, tudo vai depender de como elas se estabelecerem agora.

Especialistas veem potencial humanitário nas forças mercenárias

As questões éticas envolvendo o uso de companhias militares privadas ofuscam o lado positivo da atividade. Segundo um estudo divulgado pela instituição International Peacekeeping, que faz pesquisas sobre tropas em missões de paz, a Organização das Nações Unidas (ONU) terá que repensar seu conceito sobre o assunto.

Hoje, a Convenção Mercenária da ONU (também conhecida como Resolução 44/34) considera ilegal o uso de qualquer atividade mercenária. Os Estados Unidos e a Inglaterra não são signatários do tratado.

– O contraste da eficiência das companhias militares fica mais em evidência quando comparado com os custos das operações de paz da ONU – relata o estudo de Adekeye Adebajo e Chandra Lekha Sriram. – Em Serra Leoa, uma empresa militar gastou US$ 40 milhões para derrotar os rebeldes da região. Já as missões da ONU na região gastaram US$ 90 milhões tentando mediar o conflito, e a previsão é a de que esse valor aumente.

 A eficiência de algumas dessas empresas também surpreende seus próprios contratantes. De acordo com a International Peacekeeping, o que impede a comunidade global de aceitar o uso de exércitos privados é o risco potencial que eles representam.

– Esse preconceito só deve acabar quando as operações de paz da ONU em Serra Leoa e no Congo comprovarem como o modelo atual está muito atrasado em relação aos exércitos privados, bem mais eficientes – conclui o estudo.

Líder terrorista deixa prisão no Irã e retorna à Al Qaeda

Saif al-Adel
Saif al-Adel goza de uma reputação muito boa entre os militantes islâmicos de todo o mundo. Esse egípcio, cujo nome de guerra significa “espada da justiça”, é considerado um planejador operacional e um comandante de campo experiente. O seu nome é frequentemente mencionado, juntamente com o de Khalid Sheikh Mohammed, como sendo o mentor intelectual dos ataques terroristas de 11 de setembro de 2001 em Nova York e Washington. Entre outras coisas, os Estados Unidos o acusam de envolvimento nos ataques a bomba contra duas embaixadas dos Estados Unidos na África em 1998. A última função ocupada por Saif al-Adel na rede terrorista de Osama Bin Laden foi a de um comandante militar graduado, um papel que faz com que al-Adel ocupe uma posição de extremo destaque no terrorismo jihadista internacional.

No entanto, após 11 de setembro de 2001, ele simplesmente desapareceu. Mais tarde foi revelado que ele estava em um lugar ao norte de Teerã, a capital do Irã, sob uma espécie de prisão domiciliar protetora, juntamente com dezenas, ou possivelmente centenas, de combatentes da Al Qaeda e suas famílias, que fugiram do Afeganistão após a invasão por tropas norte-americanas em dezembro de 2001, e que desde então foram impedidos pelas autoridades iranianas de viajarem para outros lugares.

Mas agora Saif al-Adel está de volta. “Temos quase certeza de que Saif al-Adel foi libertado e está atualmente na província paquistanesa do Waziristão do Norte, atuando como chefe militar da Al Qaeda”, afirma Noman Benotman, analista da Fundação Quilliam, uma organização de pesquisas em contra-extremismo com sede em Londres. Benotman, nascido na Líbia, é um dos principais especialistas do mundo em ações da Al Qaeda. Antes da sua espetacular mudança de ideologia em 2002, o próprio Benotman foi instrutor em campos militares jihadistas no Afeganistão, onde ele liderava os mujahidins líbios. Ele garante que as suas fontes de informações sobre Saif al-Adel são confiáveis.

E Benotman não é o único a expressar tal opinião. “Said al-Adel deixou o Irã e encontra-se atualmente na região de fronteira entre o Afeganistão e o Paquistão”, disse a “Spiegel Online” um oficial de inteligência europeu. “É provável que ele tenha se juntado a estruturas terroristas”.

A maior conquista da Al Qaeda em uma década


No último verão do hemisfério norte, um jornal afegão especulou que Saif al-Adel foi libertado em troca de diplomatas iranianos sequestrados. No entanto, naquela época esse boato não pôde ser confirmado. Mas Benotman diz que as suas fontes na região confirmaram que essa troca de fato ocorreu.

O retorno de Saif al-Adel é provavelmente a maior conquista da Al Qaeda em uma década. De fato, Saif al-Adel é considerado uma ameaça potencial tão grande que, segundo informações recebidas por “Spiegel Online”, os serviços de inteligência dos Estados Unidos analisaram regularmente o quão perigoso seria um quadro em que o Irã o recrutasse para organizar ataques retaliatórios em resposta a um potencial bombardeio contras as suas instalações nucleares.

“Em se tratando de uma pessoa como Saif al-Adel, nem é preciso que ele próprio desempenhe tais ações. O que ele tem dentro da cabeça já é suficiente”, adverte Benotman. Os especialistas acreditam que al-Adel tenha ajudado a organizar ataques terroristas na Arábia Saudita quando se encontrava no Irã – comprovando não apenas o seu grande raio de ação, mas também a liberdade que aparentemente lhe foi concedida durante a suposta prisão domiciliar em território iraniano.

“Uma nova era de cooperação”

A especialista australiana em terrorismo Leah Farrall, que está redigindo a sua dissertação de doutorado sobre as estruturas de comando da Al Qaeda, disse a “Spiegel Online”: “O retorno de Said al-Adel ao campo de operações incrementaria a capacidade operacional da Al Qaeda e faria com que houvesse mais rigor nas operações externas da rede. E as suas antigas conexões com grupos cujas relações com a Al Qaeda têm sido marcadas por tensões poderiam pressagiar uma nova era de cooperação operacional entre essas organizações para a realização de ataques contra o Ocidente”.

Saif al-Adel tem a reputação de ser um pragmático que não está particularmente preocupado com diferenças ideológicas. Tendo em vista a ameaça de ataques desfechados com drones, ou veículos aéreos não tripulados, da Agência Central de Inteligência (CIA), essa característica de Saif al-Adel poderia contribuir para facilitar a colaboração para o planejamento de ataques, diz Farrall.

A Al Qaeda ainda não fez nenhum comentário a respeito do retorno do seu comandante militar – possivelmente para evitar que ele seja transformado em um alvo de ataques de veículos aéreos não tripulados. Atualmente a organização está se empenhando em proteger as suas lideranças. Afinal, os veículos aéreos não tripulados e os seus foguetes literalmente abriram enormes buracos na estrutura de comando da Al Qaeda.

Segundo Benotman, as sua fontes confirmaram que um desses ataques aéreos matou o ideólogo da Al Qaeda, Attiyat Allah, no início deste mês. Essa foi uma perda da qual a organização terá dificuldade em se recuperar. O líbio era um dos poucos intelectuais dentre os membros graduados da Al Qaeda, e ele era extremamente influente. Attiyat Allah mediava frequentemente conflitos que eram importantes para os membros da Al Qaeda e os simpatizantes da rede terrorista.

O mensageiro de Bin Laden está morto

Um veículo aéreo não tripulado matou também Mohammed Uthman neste mês. Este indivíduo do Punjab era o mensageiro pessoal de Osama Bin Laden e provavelmente era uma das poucas pessoas que sabiam onde o líder da Al Qaeda estava escondido, observa Benotman. Não se sabe se os Estados Unidos sabiam quem eles estavam atacando nesta operação. Um ataque similar em maio deste ano matou Mustafa Abu al-Yazid, o comandante da Al Qaeda no Afeganistão, que tinha um cargo na organização terrorista equivalente ao de chefe de gabinete.

O número de baixas provocadas pela ação das aeronaves guiadas por controle remoto fez com que um grupo de membros de escalão secundário fosse alçado a postos de comando da Al Qaeda. Benotman chama isso de “evolução forçada”, um sinal de declínio da rede terrorista.

Mas a Al Qaeda ainda é capaz de recrutar vários combatentes experientes. Nos últimos meses, houve indicações crescentes de que a rede terrorista se reorganizou. No entanto, essa poderá ser a última chance da Al Qaeda: se esses homens morrerem, há apenas umas poucas pessoas bem conhecidas que poderiam ocupar os seus lugares. Mesmo assim, a Al Qaeda ainda se constitui em um grupo temível.

Um novo papel para a Brigada 313?

Segundo Benotman, as suas fontes dizem que Ilyas Kashmiri é uma das figuras mais importantes a ter ascendido aos escalões superiores da Al Qaeda. Kashmiri, nascido em 1964, é um especialista em combates de guerrilha que obteve a sua experiência como jihadista como jovem combatente na Caxemira, a disputada província de fronteira entre a Índia e o Paquistão. Atualmente, este homem de um olho só e barba tingida de ruivo é considerado o mentor intelectual de alguns dos mais mortíferos ataques terroristas já perpetrados na Índia e no Paquistão. Ele também atua como comandante da sigilosa Brigada 313, uma unidade que é às vezes descrita como o braço paquistanês da Al Qaeda, outras vezes como uma força especial de combate e ainda como uma unidade jihadista secreta que coopera com a Al Qaeda mas que não tem vínculos como as estruturas de comando da rede terrorista.

Benotman afirma que a Al Qaeda decidiu agora dar um papel mais importante à Brigada 313, encarregando-a do planejamento de operações fora do Afeganistão e do Paquistão, mais especificamente na Índia e em outros países do sudeste asiático, bem como na Europa.

Kashmiri é considerado um indivíduo brutal e com objetivos definidos. Da mesma forma que Saif al-Adel, ele pouco se importa com diferenças ideológicas e tem uma experiência considerável em cooperação com outros grupos militantes. No caso de Kashmiri, esses grupos incluem o Lashkar-i-Taiba (o grupo terrorista responsável pelos ataques em Bombaim, em 2008) e o Taleban Paquistanês (que ordenou o fracassado ataque a bomba em Nova York, em maio deste ano). “Eu não sou um clérigo jihadista tradicional que se envolve com propagandas e slogans”, declarou ele em uma entrevista em 2009. “Como comandante militar, eu diria que todo alvo está vinculado a momentos e motivos específicos”.

Promovendo o experiente número dois


Adnan al-Shukri Juma é uma outra figura que parece ter ascendido na hierarquia devido à perda de membros mais graduados da organização terrorista. Al-Shukri Juma morou muito tempo nos Estados Unidos. Ele é também considerado o mentor intelectual de um ataque fracassado contra o metrô de Nova York. Portanto, as autoridades norte-americanas nutrem uma desconfiança especial em relação a ele. É mais do que provável que Al-Shukri Juma esteja também no Waziristão. O blog “Jornal da Grande Guerra” o classifica de “comandante de operações da Al Qaeda para a América do Norte”, sugerindo que, embora Kashmiri ocupe uma posição secundária na hierarquia da rede, ele seja responsável por atividades de importância fundamental.

Al-Shukri Juma foi auxiliado no planejamento dos ataques a Nova York por um homem cujo papel pode ter sido também significativo: Embora Rashid Rauf pertença ao grupo paquistanês Jaish-i-Mohammed, ele é considerado atualmente uma das lideranças da Al Qaeda. Rashid Rauf é suspeito de envolvimento com os ataques frustrados contra uma aeronave de passageiros em 2006, em Londres.

Um outro membro dessa ramificação da Al Qaeda poderia ser Saad Bin Laden, o filho mais velho do líder da Al Qaeda, que teria ido do Irã para o Waziristão a fim de poder estar ao lado do pai.

É difícil dizer qual será o efeito real dessa reestruturação. A pressão sobre a Al Qaeda e outras organizações similares aumentou, os ataques com veículos aéreos não tripulados estão se tornando cada vez mais frequentes e os terroristas têm pouco espaço de manobra e contam com recursos limitados. Entretanto, não existe uma carência grave de recrutas – alguns deles ocidentais –, e agências de inteligência de todo o mundo estão convencidas de que esses indivíduos estão mais do que dispostos a tentar um outro ataque espetacular contra o Ocidente.

Os analistas acreditam que a probabilidade de sucesso de um ataque desse tipo depende em grande parte de dois fatores: da qualidade do treinamento que os assassinos receberiam, e da cooperação entre diferentes grupos com o objetivo de maximizar os seus recursos. Em tese, Saif al-Adel e Ilyas Kashmiri estão perfeitamente preparados para implementar ambos os fatores. Na prática, porém, o céu do Waziristão do Norte está tomado pelo zumbido constante dos motores dos veículos aéreos não tripulados.

Irã acusa Ocidente de usar "iranofobia" para vender armas

O porta-voz do ministério de Assuntos Exteriores do Irã, Ramin Mehmanparast, acusou nesta terça-feira alguns países do Ocidente de propagar a fobia ao Irã para poder vender armas no Oriente Médio.

A declaração da autoridade acontece um dia depois de a imprensa oficial iraniana divulgar um possível acordo entre Espanha e Arábia Saudita para a compra de 270 carros de combate da empresa Santa Barbara, filial da companhia americana General Dynamics.

A emissora estatal iraniana PressTV se referiu a uma notícia publicada na última segunda-feira pelo jornal espanhol El País, na qual o diário assegurava que o acordo, avaliado em 3 bilhões de euros, seria assinado em novembro, durante visita do ministro da Defesa saudita, Khaled bin Sultan, a Madri.

"A questão é que a iranofobia e a islamofobia buscam distrair os Estados da região da verdadeira ameaça, que é Israel", disse Mehmanparast em resposta a uma pergunta sobre o rearmamento dos Estados do Golfo Pérsico.

A autoridade aproveitou para avaliar que os Estados Unidos pressionam o Irã enquanto "afastam o olhar do programa nuclear israelense".

Polícia apreende lançador de mísseis em Guarulhos (SP)

A Polícia Civil de São Paulo apreendeu nesta terça-feira (26), em Guarulhos (Grande São Paulo), um lançador de mísseis AT4, de fabricação sueca e com poder bélico de destruir tanques de guerra, segundo informações da assessoria de imprensa. Integrantes da Delegacia de Repressão a Fraudes do Deic (Departamento de Investigações sobre Crime Organizado) encontraram o artefato com dois homens, que carregavam a arma escondida em uma capa de violão e ocupavam uma moto. Eles abandonaram a arma e conseguiram fugir.

“O garupa carregava uma capa utilizado para condicionar instrumentos, tipo violão. Mas o formato do objeto atraiu os policiais, que avaliaram ser um fuzil”, disse o delegado Adalberto Barbosa, titular da Divisão de Investigações sobre Furto e Roubo de Veículos e Cargas, em nota.

A perseguição começou na avenida marginal Norte Sul, segundo a polícia, e os homens jogaram a capa no chão e conseguiram fugir pelas vielas de uma favela. O lançador estava sem míssil.

Segundo Barbosa, a arma é utilizada por unidades militares brasileiras. Representantes do Exército estão tentando identificar a procedência da arma. O lançador de míssil é utilizado somente pelo Exército e pelo Corpo de Fuzileiros Navais dentro de grupos de combate, podendo variar de uma a duas peças por grupo, dependendo da disponibilidade do armamento, diz ainda a polícia.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Irã coloca a Rússia 'no pau'

Irã diz que tomou medidas legais contra a Rússia por antimísseis

O Irã abriu um processo legal para exigir da Rússia uma compensação por não ter entregado as baterias antimísseis S-300 negociadas em 2005, revelou neste sábado o ministro da Defesa iraniano, Ahmad Vahidi.

Em declarações divulgadas pelas agências de notícias locais Fars e Mehr, o ministro revelou ainda que o Irã começará "em breve" a construir um novo escudo de defesa com mísseis de fabricação nacional Mersad, mais potentes e de maior alcance.

"Já tomamos medidas legais para conseguir uma compensação da Rússia. Além disso, em breve desenvolveremos um sistema nacional tipo S-300", afirmou Vahidi sem revelar mais detalhes.

O presidente russo, Dmitri Medvedev, proibiu por decreto no dia 22 de setembro o fornecimento de armamento pesado ao Irã, em cumprimento à resolução 1929 do Conselho de Segurança da ONU.

Teerã criticou com veemência a decisão de Moscou, afirmando que o artefato não está incluído na resolução.

A Rússia e o Irã assinaram em 2007 um contrato de provisão de cinco S-300 por cerca de US$ 800 milhões, mas o Kremlin bloqueou a operação por motivos políticos, em meio à nova etapa de relações com os Estados Unidos.

Coréia do Sul aspira figurar entre os principais exportadores de armas do mundo

O governo da Coréia do Sul planeja aumentar suas exportações de material bélico para mais de US$ 4 bilhões até 2020, informou o site Defense Aerospace.

O Conselho Presidencial de Visão de Futuro da Coréia do Sul, apresentou um plano para o aumento das exportações de armas e material de guerra, como isso o país planeja alcançar um volume anual de produção de armas e material militar de até US$ 10 bilhões.

Enquanto que o volume de suas exportações deverá chegar até US$ 4 bilhões.

O plano prevê a geração de 50 mil postos de trabalho adicionais.

Com uma das medidas em questão, a Coréia do Sul espera ocupar o 7º lugar entre os maiores exportadores de armas do mundo até 2020. Em 2008, o país exportou US$ 2,5 bilhões de armas, o que corresponder 0,5% do mercado mundial.

Na atualidade, os EUA figuram em primeiro lugar com 30% das exportações, logo em seguida vem a Rússia com 24%, seguido da Alemanha com 11%, França 8% e Reino Unido com 4%.

A empresa americana Sikorsky criará um helicóptero de reconhecimento e ataque de alta velocidade

A empresa americana Sikorsky iniciou o desenvolvimento do novo helicóptero de reconhecimento e ataque de alta velocidade S-97 Raider, informa o site Flightglobal.com.

O novo aparato, que deverá substituir os helicópteros rápidos Bell OH-58D Kiowa Warrior, terá velocidade de cruzeiro de 200kt (370km/h) e poderá aumentar durante um tempo curto para até 220kt.

Espera-se que o Exército Americano convoque uma concorrência para a compra de helicópteros no segundo trimestre de 2011.

Até o momento, os requisitos da concorrência são desconhecidos, mas é certo que a alta velocidade seja uma exigência a ser cumprida.

Outro requisito chave da concorrência será a possibilidade do helicóptero pairar no ar a uma altura de 1.800 metros em meio a altura temperatura do ar.

Essa característica inexiste na maioria de helicópteros de um só rotor.